Pintou a língua de azul
Disparou a arma que matou
Pai de família?
Filho de alguém?
Não importou
Pintou a língua de azul
Disparou a arma que matou
Disparou contra si mesmo
Morreu algo ali
Apagou-se
Pintou a língua de azul
Frio ficou
Frio sentiu
Não mais pensou
Não mais refletiu
Pintou a língua de azul
Morte ao redor
Cheiro de fim
Podia ser pior
Então vai ser assim
Pintou a língua de azul
Feriu sem sentir
Desferiu sem pensar
Tiro que tirou
Machucou, feriu
Pintou a língua de azul
Chorou quando a cor sumiu
Chorou quando o azul
Inundou-o num mar
Vermelho rubi
Pintou a língua de azul
Mais nada sentiu
Viu
Ou ouviu
Pintou a língua de azul
E tornou-se inteiro, cinza
Inteiro, acinzentado!
Suelen Vieira
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