- Vamos dançar? Ela disse. - Sério? Ele respondeu. - Sim, como nos filmes antigos. Ele apagou as luzes e a abraçou. Desajeitadamente dois pra lá, dois pra cá. No peito dele ela chorou. O coração dele ela escutou. O dela batia rápido. Dois pra lá, dois pra cá. Uma tontura diferente de tudo. Um medo. Lágrimas amargas, com gosto de despedida. Vontade de não sair mais daquele abraço, daquela dança. Dois pra lá, dois pra cá. Será que ele sentiu a blusa molhar? O coração dela acelerar? Dois pra lá, dois pra cá. Acabou a música, o abraço, a dança, o momento. Ficou a lembrança, a saudade, e uma sensação que deveria ter havido mais momentos. E assim ficou um pra lá, outro pra cá. O nome da música? Ninguém nunca soube.