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Mostrando postagens de abril, 2017

Bagunça eu

Bagunça eu meu bem, vem subindo, beijando linha, eu sei que sou minha, mas hoje sou sua, sou sua linda, sua gostosa, sou sua cretina, sua safada, me faço e me pinto, do que agradar teus olhos, lindos olhos. Já te disse tanta coisa, mas já te disse isso?  Não né. Tanta coisa falada, tanta ainda por dizer. Tanto pedido pedido, tanto ainda por pedir. Peço, me beija a nudez, quero teus lábios, em cada centímetro de mim, e prometo colocar os meus, em cada centímetro de ti. Beija os seios, os bicos, e entre eles, naquela curvinha, beija o pescoço, o rosto, a boca, beija a cintura, beija a barriga, beija o quadril, a coxa, a bunda, beija a boceta, molha ela, afoga ela, me afoga meu bem, me faz delirar, me faz arrepiar, faz eu te olhar nos olhos e pedir pra não parar. Faz meu prazer explodir em você. Faz eu me contorcer, faz eu gemer. Por favor, bagunça eu meu bem! - Suelen Vieira

Fui

Eu bati a porta, eu pulei a janela, sem medir distância, sem calcular a queda. Eu bati a porta, no dia que sua presença não me causou reboliço, borboletas no estômago, coração acelerado, e suor frio. Eu não consigo me manter, onde não há paixão em ser. Por esse motivo, bati a porta, e desculpe por isso meu bem, mas essa calma não me agrada. Eu preciso que sua presença seja sentida na pele e no pelo. Eu preciso que sua presença traga caos às minhas gavetas, às minhas horas, e ao meu quarto, traga cores ao cinza das minhas paredes. Foi por isso que eu fui embora, juntei minhas conchinhas, meus trapinhos, minhas bagunças, virei as costas, e fui. Fui atrás do caos, que me alimenta e faz meu sangue pulsar, fui pra não ficar, se ficasse morria, engolida por poeira e teia, que a falta de movimento trouxe pra cá. - Suelen Vieira

Bailar

Se doer Se derramar Se derreter  Te ver gemer Se doar Se entregar Se perder Te ver gozar Se deitar Se envolver Te engolir Te ver pirar Se abraçar Se agarrar Se apertar Não mais largar Bailar Essa dança a dois Dois passos pro antes Dois passos pro depois Bailar Essa dança a dois Dois passos pro antes Dois passos pro depois Suelen Vieira

Vez em quando

De vez em quando vem a melancolia Saudade do que poderia Saudade do abstrato De um possível retrato Retrato essa falta Em CAIXA ALTA A fim de me compreender Quem sabe, transcender Entender Aprender a querer Desprender Tornar livre o viver Não se sentir possuidora De algo, detentora Nesse cronos De nada somos donos Patronos Do nosso querer Só a nós cabe o defender Do nosso bem estar Do nosso bem viver Do nosso jeito de amar Do nosso jeito de crescer E tentar E crescer E ganhar um mundo E evoluir um só passo Um de cada vez Um por vez Em linhas retas Ou tortas Não importa A forma Se te transforma Suelen Vieira

Avesso

Comecei pelo fim Coloquei o último ponto final O The End Coloquei as últimas palavras Coloquei o último adeus A última lágrima E o último beijo A última noite que dormimos juntos A última vez que nos amamos E terminei esse parágrafo, aos prantos. Ainda aos prontos, Contei a última briga A última discussão Contei do amor Que em algum ponto se tornou rancor. Fui subindo linhas E colocando os últimos sorrisos E os últimos planos As últimas músicas que escutamos As últimas brincadeiras Os últimos toques E arrepios Terminei com a última vez que deitei em seu peito. Anotando, notando Que essa história não foi feita só de últimos Então falei sobre as primeiras brigas E as primeiras cenas de ciúmes As primeiras dúvidas - Será que aqui é o meu lugar? Escrevi sobre o primeiro banho juntos Sobre a primeira vez que cozinhei pra ti E a primeira vez que cozinhou pra mim Nesse ponto lembro do dia que conheci sua família Lembro do dia que fui apresentada como namorada E do dia que fu
Me encontrei, depois de tanto perdigar, finalmente, me achei. Me achei na arte, na boa música, na poesia, na boêmia. Depois de muito me enganar, me encontrei, na intensidade de histórias profundas, naquilo que meche, sacode, levanta a poeira. Hoje sei mais de mim, que ontem. Amanhã, mais do que hoje.
Um, dois, três Sinto, cinto Carrasco, carinho Quatro, cinco, seis Eu conto Uma história Um castigo Quantas? Contos Um, dois, três Vou contar Da emoção da espera Do medo do que vem Quatro, cinco, seis Vou contar mentalmente Porque verbalmente Estou gemendo Um, dois, três Vou contar os gozos Como foi E quantos foram Quatro, cinco, seis Vou contar os adeuses Como foi E quantos foram Um, dois, três Vou contar cada pausa Entre uma lapada e outra Uma ficada e outra Quatro, cinco, seis Quantas vezes até logo Quantas vezes adeus Um, dois, três Vou contar que seus olhos Me seduzem a contar Seus contos Seus cantos Quatro, cinco, seis Vou contar pra todo mundo Como é te encontrar O espanto O encanto Um, dois, três Quantos encontros E desencontros Quanto arrombo já não me fez Quatro, cinco, seis Vou contar quantas vezes Andei nessa corda bamba Escorreguei nessa rampa Um, dois, três Vou contar e mentir Que estou ficando imune A isso a

Malfeitora

Ela soa à batida de tambores Sete tambores reunidos Num ritual Num rito Ela soa à batida de tambores A voz dela faz vibrar O peito O pelo A pele Arrepio Ela soa ao som do violino Perto dela emociono Perto dela estaciono Ela soa agudos Graves Ela soa paixão Ela sua paixão Eu transpiro ela A musicalidade A sensualidade A cor da pele A confiança A falta dela O exagero O desespero O tempero Intensa menina Intensa música Ela soa, sua, nua, lua Cama, enrama, enlama Oh damn Me agita Me ajeita Me desajeita Me desalinha Ela soa à batida de tambores Ela soa, entoa Ela some, consome Ela soa à batida de tambores Amores Rumores Sabores Dissabores Temores Flores Pormenores Malfeitora Suelen Vieira

Imperativo

Força Forca Enforca Ordem no recinto Ordem Ordene Te dou Te dou o poder Faça esse quarto girar É teu o poder Enforca Força Forca Bater a porta Bater Bate Late Ordene Mia Ordene Manda Anda Manda Obedeço Ajoelha Abra A boca O espírito Receba A hóstia Eu Você Manda Obedeço Engulo Obedeço Escuro Obedeço Ordem Sem progresso Não tem jeito Não tem progresso Obedeço Tapa Tapa a janela Tapa o sol O sol nasceu Tapa a cara Na cara Tapa os olhos Tapa Estapeia Ordem Forca Força Ordena Obedece Gema Ordem Ordena Drena Meu sangue Drena Meu suor Me drena Suga Meu ar Suga Meu par Suga Ordem Imperativo Ordem Eu amo.. Não fala, não termina. Eu te a.. Não fala, silêncio. Eu amo v.. Cala! Fica! Bate a porta. Silêncio Escuro Só Última linha Suelen Vieira

Mortos.Feridos

Entre mortos e feridos Fiquei ferida E viva Viva feito o sangue Viva feito as minhas emoções Emoções de cor negra Negra da cor do rio Rio fundo Profundo Que me afoguei Afoguei Rio de paixões Paixões sanguinolentas Entre mortos e feridos Eu morri Morri na frieza do teu ser Frieza gélida feito a noite Da noite que sofri Sofri o nosso fim Nosso fim acaba em mim Entre mortos e feridos Morrer é não mais sentir Não mais gemer Gemido de dor Gemido de amor Amor pode doer Gemido uníssono Um só som De amor e dor De dor e amor Entre mortos e feridos Matei e feri Machuquei Estraçalhei Com a bala da indiferença Com a espada da raiva Com a escopeta do rancor Com a flecha do ciúme Entre mortos e feridos Eu sumi A terra me engoliu inteira Nem morri Nem me feri Eu sumi Sucumbi Entre mortos e feridos Entre Abra a porta e entre Assuma o risco Risque o traço Trace o destino Destrua o caminho Caminhe Entre mortos e feridos Caminhe Se tiver

Abismo

Poeira de estrela Amor de cabeceira Emoções em águas frias Paisagens verdes Amantes E horizontes Lágrimas em água doce Faça bagunça No eixo que a pedra organizou Alinhou Desalinha E me venha Me tenha Me consuma Outra linha Minha lenha Me carbura Me engula Não suma Fica Gema Gozo Goza Desejo real Do real Que se sinta Na pele No poro No colo No corpo Aviso seguro Não peso leve Não piso leve Inteira Intensa Densa Tensa Teça Pores-do-sol Se ponha em meu lençol Permaneça Aviso de novo Não falo baixo Não sonho baixo Alta Salta De cabeça Em peças Malfeitas Me peças Pedidos Perfeitos De malfeitores Satisfeitos Porque esse amor É do tipo poeira De cabeceira. Suelen Vieira

Ins.pirada

Acordou disposta A viver A sair pelo mundo A sorrir .. Colocou o vestido Mais colorido Que achou no armário ..  No pescoço Uma pedra Preciosa Feito ela .. No dedo anelar Uma joia Tipo rara Tipo bela .. E no sorriso Outra joia Mais rara ainda Que aquela .. Do coco A raulita Dos cachos Aos ombros Caídos Pousados Tipo caracol Tipo bambolê .. Do cheiro De miss Dior no pescoço .. Do auto-retrato Que faz E nos mostra Das delícias De viver Desavergonhadamente .. Assim mesmo Com tantas letras Cheia de letras Letras que espantam Letras que atraem Letras que trazem Letras que levam Letra de fazer ir De fazer ficar .. E se O sopro Inspira O desejo De voar Voa .. Do voo Que alçar Volta Na hora Que voltar E se voltar .. Se falta alguém Por quem retornar Vai por ela mesmo Ou fica por ela mesmo Elaelaela Acordou disposta a viver . Viveu, senão morria ! Suelen Vieira

Convites Contados Confusos

Eu fiz exatos três convites Recebi exatos três esquivos Não te chamei pra sair Não não Te convidei a entrar Três esquivos Três desvios de olhar Retiro um a um Os convites O terceiro O segundo O primeiro O beijo O olhar O desejar O conversar Retiro uma a uma As intenções As boas As maldosas As saborosas As bagunçantes As esvoaçantes As gostosas As tesudas São sete pares Sete ares que não vou respirar Sete encontros que vou retirar Sete futuros Sete passados Sete possibilidades Sente possibilidade? No trigésimo terceiro dia, e na trigésima terceira linha Agora 34, onde vou viajar por entre metáforas Parábolas Eu fiz três convites, recebi três esquivos, três beijos vazios, em trinta e três dias. Por trinta e três razões Entendo três esquivos Se me convidam pra tal confusão Digo não Me desvio Eu não, eu fico Nessa confusão eu tenho que ficar Ela é minha por todos os dias todos os 365 e os 366 e os quase 10mil dias corridos e os próxim

4PAREDES 9PLANETAS

A cada toque eu estremecia A cada beijo o quarto girava A cada cheiro eu me entregava Meu corpo a ti reagia Numa química perfeita Numa dança sincronizada E nada, nada do que eu dissesse te faria entender ou sentir a delícia que é estar aqui, agora, com você. Houve um tempo, lá atrás, em que eu julgava errado, desejar tanto, querer assim, desse jeito e de tudo quanto é jeito, sujo, limpo, babado, suado, quente, molhado. Houve um tempo, em que eu não entendia, que o sexo e o amor, podiam muito bem andar juntos, e que flores também podiam ser selvagens. Hoje no silêncio, ou em meio a palavras sacanas, em meio a carícias, e a puxões, e apertos, entre amarras e solturas, hoje eu deslizo entre esses mundos. Todos eles. No quadrado dessas quatro paredes, criamos mundos, pintamos e bordamos, cantamos e dançamos. Nas curvas de nossos corpos, nove planetas, universos, e galáxias formadas, ali flutuamos. Falamos línguas estranhas, de época

Pra ela

Tua hoje eu serei Só hoje te entrego sete chaves do meu ser Tua hoje eu ei de me entregar de me perder de divagar e até morrer por você Tua hoje te permito te apresento segredos te segredo mistérios Tua hoje te mostro minhas fantasias negrescas meus desejos obscuros Hoje te peço amarras e me prendo a você Hoje te devoro te engulo te mastigo te degluto Mas só hoje amanhã não amanhã tranco portas e janelas Amanhã me devolvo pra ela Mergulho de volta em seus braços que me acolhem Me entrego a sua escuridão que me engole ao seu frio reconfortante Amanhã volto pras suas sombras sombrias Amanhã não sou tua tampouco sou minha sou dela e somente dela . Suelen Vieira

Introspecta

Introspecção olho por dentro. Reflito, encontro: Dor Maldição Benção Aflição Aceitação Sabedoria Agonia Calmaria Uma ordem dada: Seja! Uma ordem obedecida: Sou! Amor por mim mesma. Caminho sem volta. Aberta a porta. Do fim Do início Do começo Do meio De um pedaço De um todo Início e então inicio de novo a busca pelo ouro de tolo. Introspecção agora olho por fora. Reflito busco resposta. Encontro a maldição. Aceito! Aceito! Aceito! Eu! Suelen Vieira

VOZES

Fui morta pelo pai dos meu filhos. Na volta do trabalho pra casa, a pedradas. Sem chance de defesa. Meu corpo ali foi largado. Ele ameaçou, ele disse que iria me matar. Eu não cri. Cão que ladra, mordeu. Morri. Foi-me arrancado a possibilidade de ver meus filhos crescerem. Assim, a pedradas. Eu me chamo Eloá. Nunca foi meu desejo, que fosse acrescentado ao meu nome, o prefixo Caso. Esse foi o caso. Eu tinha quinze anos, quinze, quando fui feita de refém pelo meu ex namorado. Passei mais de cem horas, presa em minha própria casa, quando a polícia decidiu invadir o apartamento. Fui morta, com dois tiros, um na cabeça, outro na virilha. Aos quinze anos de idade. Meu nome é Louise, e eu fui assassinada, aos 20 anos, na Universidade de Brasília. Meu ex namorado queria reatar, porém eu não queria. Eu simplesmente não queria. Fui dopada com clorofórmio, depois de desacordada ele me fez ingerir o produto que me mataria. Meus pés e mãos foram presos, meu corpo enrolado num colchão, min

Ponto final

Ponto final. Não sinto mais vírgula, tampouco reticências... Talvez exclamação! Não mais interrogação? Não. Mas acho tratar mesmo, de ponto final, e ponto. Ponto final, dando fim a alguma coisa a coisa alguma a algo a mim. Primeiro fim, tão inteira assim nada de cacos de pó pedaços. A dor dói mas diferente ciente de mim toda em mim tudo aqui. Assim e ponto, final, é claro. Suelen Vieira