Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de janeiro, 2017

Um conto

Um conto Um ponto Contraponto Nesse ponto Um conto De afronto Defronto Com esse ponto Um conto Que aponto Num confronto Desaponto Um faz de conta Deixa tonta Amedronta Cobra a conta Suelen Vieira

Cala-me

Eu que esbanjo palavras Calei-me por você Você me fez calar Fez-me refletir sobre mim Sobre o que há em mim Sobre o que me faz assim Você me faz calar Faz-me as palavras engolir E por não ter onde colocá-las Elas ficam aqui Entaladas e sufocadas Em aondes E por quês Numa reflexão Que já não sei onde me leva Ou quando me traz de volta Se me traz de volta Se nos traz de volta Num silêncio Onde vou encontrando respostas Pra perguntas que não fiz Num silêncio Onde vou respondendo A perguntas que não fiz Você e só você Pra fazer calar esse barulho Que há em mim Esse ruidinho sem fim Que habita por aqui Suelen Vieira

Era uma vez...

Ei, dá licença aqui Que eu vou criar  Uma história perfeita Onde duas pessoas Se conheceram  E se apreciaram Se gostaram Se tocaram Se sentiram Desculpem o pronome oblíquo Desculpem mesmo Mas é que eles se demais Eles se transaram Transaram-se Trocaram-se Amaram-se Eles se dominaram E se deixaram dominar Eles dormiram Acordaram E a vontade de estar junto Não passou Não passava E ficaram Não jogaram Se jogaram Mergulharam De cabeça Corpo E alma Inspeciona-me Inspeciono-te Descobre-me Descubro-te Entre pedidos E gemidos E gozos E arrepios Se apaixonaram Apaixonaram-se Adoraram-se Amaram-se E amaram se amar Eles se queriam A todo momento Em todo lugar Se permitiram Sem muito pensar E foram felizes Até quando... Até quando? Quando findou, Acabou? O amor, ele acabou? Tudo que viveram, Tudo que construíram, Tudo que cresceram, Acrescentaram.. Acabou? Todos os abraços? Todas as lágrimas Enxutas em meio a beijos Em meio a sorrisos Acabou? Não, não Nessa história Essa história Sobrevive ao t

Palavras Minhas

Palavras minhas Avesso de mim Palavras aleatórias Uma flor Um jasmim  Sentimentos ao vento Sementes ao vento Brisa que sopra Que me vira do avesso Avesso, aversão Frases sem sentido Textos soltos Sentimento louco Sanidade pouca Voz rouca Tempo Tento Sento Relento Lembro Escrevo Guardo Gravo Isso Que sai de mim São palavras minhas Silêncios que gritam Gritos que calam Mudez que geme Gemido que berra Palavras que sugerem Que saem aos berros Da carne sangrenta Palavra violenta Que me violenta Estripa Esquarteja Enterra Pra então, Renascer! Suelen Vieira

Sangue Azul

Pintou a língua de azul Disparou a arma que matou Pai de família? Filho de alguém? Não importou Pintou a língua de azul Disparou a arma que matou Disparou contra si mesmo Morreu algo ali Apagou-se Pintou a língua de azul Frio ficou Frio sentiu Não mais pensou Não mais refletiu Pintou a língua de azul Morte ao redor Cheiro de fim Podia ser pior Então vai ser assim Pintou a língua de azul Feriu sem sentir Desferiu sem pensar Tiro que tirou Machucou, feriu Pintou a língua de azul Chorou quando a cor sumiu Chorou quando o azul Inundou-o num mar Vermelho rubi Pintou a língua de azul Mais nada sentiu Viu Ou ouviu Pintou a língua de azul E tornou-se inteiro, cinza Inteiro, acinzentado! Suelen Vieira

Almas Coloridas

Me apaixono todos os dias Por pessoas de alma bonita Alma florida Colorida Me apaixono todos os dias Pelos 'ois' E 'bons dias' Por amores e amigos Me apaixono todos os dias Por brilhos nos olhos Por abraços apertados Por gentilezas E carinhos E sorrisos sinceros E palavras sinceras É só lembrar de reparar, Pra então se apaixonar! Suelen Vieira

MEUS PONTEIROS

Adiantaram os meus ponteiros Fazendo tudo correr Os passos correm As ações As decisões Não é corrida Mas correm Adiantaram os meus ponteiros Fazendo eu me ver, Velha demais Pra certas coisas, Atitudes Conflitos. Nova demais, Pra certas escolhas, Passos Inícios. Adiantaram os meus ponteiros, E me vi sempre correndo, Sempre um passo à frente, Sempre expectativa, Espera. Enfrentando guerras Que não conto a ninguém, Monstros, Que não descrevo nem a mim. Adiantaram os meus ponteiros, E então eu gritei pra eles, Andem devagar, Porque até aqui, Vocês só tiveram pressas! Suelen Vieira

Desconformidades

Duas pessoas Dois mundos Duas personalidades Diferenças Desconformidades União Ao mesmo tempo desunião Juntos Ao mesmo tempo separados Eu com minhas manias Gostos Que aos seus, são opostos Você com seus trejeitos Gestos Tão seus, tão honestos Entrega Sem se entregar Contato Sem se misturar Afeto Sem se afeiçoar Proximidade Sem se conhecer Sem se aprofundar Eu cá Você lá Assim somos nós Tão sós Tão juntos Tão laço, lá Tão nó, cá Suelen Vieira

FOME

Devora-me Suga-me  a alma as forças o ser Aqui Nessa noite Nesse quarto Aqui e Agora.. Nessa cama Nosso palco Devora-me Engole-me Pede pra eu implorar Pede pra eu pedir Pede pra eu gritar Hoje, quem manda é você! Vou obedecer, vai ser tipo, seu mestre mandou.. Então manda, manda eu deitar, eu calar, eu subir e descer.. Quero respirar você, fundir-me a você, transformar-nos em um, e depois em três, em quatro! Tô com vontade, tô com saudade, então vem cá, e me faz esquecer, do porque isso é errado, me faz esquecer, a sensatez que me fez fugir.. Só hoje, só mais uma vez, vem me devorar por inteira, vem! Suelen Vieira

O fim

Infinito e belo, convite ao desconhecido, infinito e belo, convite ao perigo, infinito e belo, convite ás incertezas, infinito e belo, convite ao impossível, ao possível fim. O mortal mergulhou no imortal, talvez na sede de tornar-se infinito, talvez na sede de dar fim à tudo, num mergulho só, sugado pela infinita beleza de seu próprio fim. Suelen Vieira

Amores

Eu disse mil te amos, ele disse um, ou dois, que de tão intensos, valeram por mil te amos meus, que de tão intensos, me fizeram duvidar dos meus. Arregalou os olhos vermelhos, apertou-me os braços, sussurrou: Eu amo muito você! Assim, sem flores, nu, cru. Eu amo muito você! Quase doloroso, quase doeu em mim. Nessas horas, apesar dos meus mil te amos, sentia mais amor em ti, por mim, do que em mim, por ti. Nessas horas, eu queria fugir, não sabia ser mais amada, do que amar. Não sabia ser amada em demasia, só amar em demasia. Só doar. Suelen Vieira

Livre

Respirou a tal liberdade Fechou os olhos Flutuou Tornou-se gigante Expandiu em tudo Liberdade de ir e vir De entrar e sair De ficar ou de ir Gigante na liberdade De ser sozinha De ser companhia De amar Respirou a liberdade De ser E foi.. Suelen Vieira

Fotografias

Sinto saudades  Sinto tua falta Das tuas mãos  Do teu toque Aquele Que só você tinha Conhecia cada linha minha E percorria, sem vergonha Sem correria Sinto saudades Do seu abraço Fazendo-se presente Saudades Do aconchego Do encaixe Sinto saudades Do teu beijo Cada um deles O beijo no sorriso O beijo abraçado Atracado Roubado Com lágrima Com café Com amor De bom dia Ou de boa noite Ah, como sinto sua falta Tua cor Teu enlaço Teu cheiro Tuas músicas Teu ritmo Tua força Sinto falta das nossas trilhas Trilhas sonoras Que me trazem à memória Fotografias de nós dois Em preto e branco Em luz e sombra Dos teus lábios em meu pescoço Das tuas mãos em minha cintura Do meu repouso em ti Seu repouso em mim Hoje o vento me trouxe você, o mar, a música, nos trouxe de volta, breve lembrança, breve memória... Suelen Vieira
Sou todas as cores Nuances E tons Sou todos os ruídos Notas E sons Um abraço Um cheiro Um vinho do bom Uma música Uma dança Memória E lembrança Sou todas as saudades Todos os lutos Todas as lutas Sou todos os erros Todos os pecados E cada arrependimento Sou toda inconsequência Sou toda repetição Toda incoerência Sou compreensão E ignorância Ciúmes E paixão Zelo E proteção Apego Prisão Um universo Onde todos os dias, surgem cometas Onde todos os dias, morrem cometas Suelen Vieira