Senti que peguei o último trem, senti que desci na última estação, senti que caminhei em fila indiana rumo ao fim de mim mesma. O último dos fins. Senti que senti minha morte, senti que todo mundo ali sentia, a minha e a deles, eu estava sozinha no meio da multidão. Senti que todos estávamos. Milhares de pessoas reunidas, e sozinhas em si, sozinhas e trancafiadas em suas mentes, que só mentem, e mentem, e mentem. Senti esgotamento físico. E a morte já nem era tão temida. Senti que cada passo era rumo ao abismo, senti o coração desacelerar cada vez mais, a mente calar a porra da boca, parar de me enganar. O relógio era enorme, e marcava hora nenhuma. Último trem, última estação, última mulher, último cigarro, último adeus De uma série maldita de adeuses. Senti que deveria orar, e fazer algo poético, não quis. Quis mandar todo mundo se foder, chamar todos de egoístas. Dizer que somos todos crianças preocupadas única e exclusivamente com a porra da meleca d