Pintou-se de preto e branco
Escondeu-se no cinza
Correu para as cores frias
Conteve seus passos
Cerceou seus movimentos
Questionou seus pensamentos
Sua sanidade
Suas vontades
Seus quereres
E até sua personalidade
Usou de todos os artifícios
Para esconder suas cores
Cores vivas
Cores quentes
Cores de um veraneio
Junto de suas cores
Escondeu emoções
Aceitou o inaceitável
Permitiu que por ela
Escolhessem
Do prato
Ao retrato
Do parto
Ao fardo
Que carregou em silêncio
De tanto diminuir-se
Encolheu em si mesmo
Em sonhos
Propósitos
E divagações
De tudo que poderia
De janeiro a janeiro
Permaneceu ali
Pequena, reclusa
Até que
Num solstício de verão
Explodiu em cores
Pecou pela falta
Explodiu pelo excesso
De si, em si, por si, pra si!
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